
Exposição X-Men - Foto: Ana Cláudia Mendes I UFMG
No mês em que o movimento LGBTQIAPN+ sai às ruas , para reivindicar cidadania e direitos na luta contra a homofobia, a Biblioteca Universitária José Carlos Valle de Lima, promove a exposição “X-Men – Mutantes na luta pela igualdade”. O evento, aberto ao público, segue até o dia 27 de junho. A atividade tem por objetivo promover uma reflexão do papel dos X-Men (HQs) como retrato das minorias do mundo real e seu combate ao preconceito e luta por igualdade e aceitação social. O acervo de 100 exemplares de Histórias em Quadrinhos(HQs) é composto por revistas dos anos 80, 90 e de 2010 em diante. As peças fazem parte da coleção particular do bibliotecário Josiel Machado Santos. “Com esta exposição espera-se sensibilizar a comunidade acadêmica e visitantes externos da importância do combate à homofobia, ao racismo, à xenofobia e às deficiências físicas e intelectuais. Além disso, espera-se representar os diferentes grupos que se encontram excluídos no âmbito da sociedade, bem como mostrar a importância da leitura de histórias em quadrinhos na construção da formação intelectual e afetiva dos indivíduos”, explicou.
Todos os visitantes receberão um marca página oficial da exposição durante a visita. Também haverá distribuição de chaveiros temáticos dos X-Men.
Respeito às minorias
Para lidar com a questão do preconceito contra as minorias, Stan Lee & Jack Kirby criaram o conceito dos Mutantes, seres humanos que, devido a uma característica genética incomum, o ‘Fator X’, mais tarde mudado para ‘Gene X’, desenvolvia capacidades extraordinárias quando alcançavam a adolescência. ‘X’ é uma incógnita muito usada na matemática, daí a inspiração de Lee e Kirby para nomear sua nova criação como os X-Men (o primeiro número foi lançado em 10 de setembro de 1963, semanas depois de um dos mais famosos discursos de Martin Luther King Jr., durante ‘The March on Washington’, em que ele fala sobre tolerância e igualdade.). O grupo nada mais era do que uma alegoria que representava todas as minorias: negros, homossexuais, imigrantes, judeus, só para citar alguns que sofriam de preconceito pela maioria dominante. Os autores usaram os quadrinhos até mesmo para representar as duas faces da luta pela igualdade de classes. Aqueles que defendem uma convivência pacífica entre as minorias e as maiorias têm como maior representante o Professor Charles Xavier (inspirado em Martin Luther King Jr.), e o grupo que defende a guerra aberta como a única solução para o problema têm o seu ideal personificado em Magneto (inspirado em Malcolm X).
Mês do Orgulho LGBTQIA+
A escolha de junho para o Orgulho LGBTQIA+ não é aleatória, pois o mês faz referência à revolta de Stonewall Inn, ocorrida em Nova York, no dia 28 de junho de 1969, quando um grupo de gays resolveu enfrentar a frequente violência policial sofrida pelos homossexuais que frequentavam o local. A partir de então, o episódio passou a ser considerado como o da libertação gay, elevando o status do dia 28 de junho, que passou a ser tido como “Dia Internacional do Orgulho LGBTQIA+”.